quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

História de uma FIV

Esses últimos dias do mês de fevereiro e primeiros  do mês de março me trazem muita recordação, nessa mesma época há um ano estávamos com tudo em cheque, nos momentos mais difíceis do tratamento, a expectativa pela punção dos óvulos, pela possibilidade de termos ou não embriões, e os dias tão angustiantes a espera do beta, há exatamente um ano começava nosso dilema, nossas vidas eram apenas esperança de que tudo iria se concretizar, de que nossa fé iria alcançar o tão sonhado positivo, e ele veio!
Apenas as pessoas que encaram um tratamento para engravidar conseguem ter noção da dificuldade que é, da ansiedade que gera, pois desde o principio fomos criados para procriar, e quando isso não acontece de "forma natural", abre-se uma grande fenda, dentro de nós mesmos, pois tudo o que sabíamos não é suficiente para explicar o que está acontecendo com a gente, principalmente nós mulheres, que carregamos a obrigação, digamos assim, de gerar, e parir nossos próximos. O medo de ser incapaz de cumprir o principal papel da mulher na sociedade nós deixa diminuídas, pelo menos foi assim que me senti, naquele momento, quando existia a possibilidade de dar tudo errado.
No dia 23 de fevereiro do ano passado foi minha punção, acho que um dos piores dias da minha vida, pois tive uma enorme reação alérgica ao propofol (sedação), no dia 24 meu médico me disse que tínhamos quatro embriões, chorei tanto que quase não consegui contar a Bruno a boa notícia, e no dia 25 fiz a transferência dos três embriões, quase não levanto na sala de cirurgia com medo dos três "caírem", saí andando super devagar, tinha medo até de respirar muito ofegante, quando fui tomar o primeiro banho após transferência, mais ou menos uma hora depois, me senti grávida, de verdade, tive a nítida sensação que minha barriga já crescia...
Com nove dias depois em pleno domingo de carnaval, fui a farmácia sozinha e em segredo, comprei um teste de gravidez, fiz, e a bendita segunda linha apareceu tão clarinha que Bruno nem conseguiu enxergar, mas ponderei pois não tinha sido com a primeira urina, então comprei outo teste e com 11 dias e com a primeira urina repeti, aí sim ela apareceu forte e rápida, pensamos que a ansiedade iria diminuir, porém, na terça de carnaval, por volta do meio dia tive um sangramento que realmente me desesperou, não consegui falar com meu médico e tivemos que aguardar o dia seguinte para realizar o exame de sangue, quase não dormimos, levantamos cedinho e fomos a todos os laboratórios da cidade, estavam todos fechados, tive que fazer o beta num pronto socorro, com duas horas depois saiu o resultado: reagente! Dois dias depois fiz o exame quantitativo (exame mais especifico, pois ele mede a quantidade do hormônio HGC no sangue) que deu 710.10 ui, eu estava gravidíssima!
Hoje estou aqui recordando um pouco da minha história, revivendo algumas lembranças, e agradecendo sempre a Deus por ter colocado meus filhos queridos em minha vida! Mas, quero dizer a todas as mulheres que passam por esse tratamento ou qualquer outro, tenham força e fé sempre, sei das dificuldades e toda a ansiedade, mas acima de tudo confie, principalmente em você mesma, pois todas somos capazes!

2 comentários:

  1. Sei muito bem do que você fala, principalmente a parte da expectativa pois a primeira luta que travamos é com nós mesma, com um medo que se torna nosso maior inimigo e muitas vezes nos deixa duvidar de que nos podemos e somos capazes. Infelizmente ainda não senti o gostinho do final feliz mas sei que ele virá em breve pois tenho promessa do Senhor em minha vida e quando esse dia chegar sei que serei a mulher mais feliz do mundo, assim como sei que você é, muito obrigada pois foi através de você que eu pude sonhar de novo. Mil beijos a toda sua família.

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  2. Mary, isso mesmo, temos que ter fé, e claro fazer nossa parte, correr atras, não se abater, confie! E vc não tem nada para me agradecer, bju

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